O Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica complexa que afeta tanto crianças quanto adultos.
Sua prevalência, estimada globalmente, varia, mas é frequentemente reconhecida como afetando aproximadamente 5% das crianças e 2,5% dos adultos, embora estes números possam variar devido a diferenças metodológicas nos estudos e critérios diagnósticos aplicados.
Caracteriza-se principalmente pela dificuldade em manter a atenção, hiperatividade e comportamento impulsivo que são persistentes e que interferem significativamente no funcionamento ou no desenvolvimento de um indivíduo.
Para assegurar um tratamento psiquiátrico efetivo, é crucial escolher um profissional habilitado que combine conhecimento técnico com um comportamento empático e acolhedor.
A capacidade de criar um ambiente de confiança e uma relação sólida entre médico e paciente é um componente chave no sucesso terapêutico.
O Dr. Murilo Battistetti, com experiência em atendimentos tanto na rede pública quanto privada, é reconhecido por sua competência profissional na psiquiatria e sua habilidade em estabelecer relações de confiança com seus pacientes.
O TDAH é diagnosticado com base nos critérios definidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) da Associação Americana de Psiquiatria ou na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde.
Abordaremos as características, etiologia, diagnóstico e tratamento do TDAH, proporcionando uma visão mais abrangente sobre o transtorno.
Características do TDAH
O TDAH é reconhecido como uma das condições psiquiátricas mais comuns na infância, estendendo-se frequentemente até a idade adulta e afetando diversos aspectos do funcionamento social, acadêmico e ocupacional do indivíduo. As características principais são:
- Desatenção: Frequentemente se distraem com estímulos irrelevantes.
- Seguir instruções detalhadas: Tendem a perder partes de informações ou instruções e têm dificuldade em completar tarefas que requerem uma sequência de etapas.
- Organização: Enfrentam desafios em organizar tarefas e atividades, frequentemente resultando em trabalho ineficiente ou incompleto.
Hiperatividade: A hiperatividade em TDAH é caracterizada por um excesso de atividade física, comportamentos impulsivos e uma incapacidade de permanecer quieto ou relaxado apropriados para a idade do indivíduo. Isso se manifesta de várias maneiras, como:
- Movimento Constante: Remexer-se, tamborilar com os dedos ou se mover de um lado para o outro quando sentado, são comuns.
- Incapacidade de Permanecer Sentado: Pessoas com TDAH muitas vezes acham difícil permanecer sentadas em situações em que se espera que fiquem quietas.
- Comportamento Excessivamente Barulhento: Falar excessivamente, não conseguir brincar ou se envolver em atividades de lazer de maneira silenciosa.
- Impulsividade: Agir sem pensar nas consequências, interromper os outros ou ter dificuldade em esperar sua vez.
Impulsividade: A impulsividade no TDAH não se limita a uma simples tendência a agir precipitadamente. É uma característica complexa que se manifesta em vários comportamentos, tais como:
- Decisões Precipitadas: Tomar decisões sem considerar as consequências, muitas vezes resultando em erros ou situações problemáticas.
- Dificuldades em Esperar: Dificuldade em esperar a vez em situações sociais ou em tolerar atrasos.
- Interrupções Verbais: Falar de maneira intempestiva ou interromper os outros durante conversas ou atividades.
- Comportamento Emocionalmente Impulsivo: Reações emocionais exageradas a situações, muitas vezes de forma inadequada ao contexto.
Causas do TDAH
A etiologia do TDAH é multifatorial, envolvendo influências genéticas, ambientais e neurobiológicas. Estudos indicam um forte componente genético, com a condição ocorrendo mais frequentemente entre entes de uma mesma família.
Fatores ambientais como exposição ao tabaco e álcool durante a gravidez, baixo peso ao nascer e exposição a chumbo também estão associados ao TDAH.
Alterações na estrutura e função de certas áreas do cérebro, especialmente aquelas que controlam a atenção e o comportamento, também são notadas em pessoas com TDAH.
Imagens cerebrais mostram diferenças na forma como a substância cinzenta e branca é distribuída em indivíduos com TDAH, sugerindo que as vias neurais que controlam a atenção, a impulsividade e a hiperatividade funcionam de maneira diferente.
Diagnóstico do TDAH
O diagnóstico do TDAH é essencialmente clínico, baseado na observação do comportamento e na história clínica do paciente. Não existe um teste único para diagnosticar o TDAH.
Os critérios diagnósticos, conforme definidos pelo DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), incluem a persistência de sintomas de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interferem no funcionamento ou no desenvolvimento, e que não são consistentes com o nível de desenvolvimento do indivíduo.
É crucial distinguir o TDAH de outras condições psiquiátricas ou neurológicas com sintomas sobrepostos, como transtornos de aprendizagem, ansiedade, depressão e o espectro autista.
Tratamento do TDAH
O tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é multifacetado, envolvendo uma combinação de intervenções farmacológicas, psicossociais e educacionais, destinadas a reduzir os sintomas e melhorar o funcionamento geral.
O objetivo do tratamento é ajudar o indivíduo a gerenciar os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade, e a lidar com as dificuldades acadêmicas, comportamentais e sociais associadas ao transtorno.
A abordagem específica pode variar dependendo da idade do paciente, da gravidade dos sintomas e da presença de comorbidades.
Tratamento Farmacológico
Os medicamentos estimulantes são os mais comuns e eficazes no tratamento do TDAH, melhorando os sintomas em cerca de 70% dos casos. Esses medicamentos aumentam e equilibram os níveis de neurotransmissores no cérebro, melhorando a atenção e reduzindo a hiperatividade e impulsividade.
Não estimulantes e antidepressivos podem ser usados para pacientes que não respondem bem aos estimulantes ou têm efeitos colaterais adversos, eles atuam de maneira diferente no cérebro e podem ser eficazes no controle dos sintomas.
Intervenções Psicossociais
As terapias comportamentais e psicossociais são essenciais, especialmente para crianças em idade pré-escolar e para pacientes com sintomas leves a moderados. Essas intervenções incluem:
- Terapia Comportamental: Envolve o trabalho com crianças e pais para ensinar habilidades de gerenciamento de comportamento, técnicas de modificação de comportamento e estratégias de enfrentamento.
- Treinamento de Habilidades Sociais: Ajuda as crianças a desenvolver interações sociais mais eficazes e adequadas.
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Para adolescentes e adultos, a TCC pode ajudar a gerenciar os sintomas do TDAH, melhorando a organização, o planejamento e a resolução de problemas.
Suporte Educacional e Acomodações
Intervenções educacionais personalizadas são cruciais para o sucesso acadêmico de crianças e adolescentes com TDAH. Isso pode incluir:
- Planos de Educação Individualizados (PEIs): Desenvolvimento de planos personalizados que podem incluir acomodações como tempo extra em testes, instrução individualizada e assistência na organização de tarefas.
- Técnicas de Gerenciamento de Sala de Aula: Estratégias como a utilização de sistemas de recompensa, instruções claras e breves, e lugares sentados estratégicos.
Suporte Familiar e Treinamento de Pais
O envolvimento da família é fundamental no tratamento do TDAH. Treinamento de pais e terapia familiar podem ajudar a:
- Educar as famílias sobre o TDAH: Entender o transtorno pode ajudar os pais a desenvolver empatia pelas dificuldades enfrentadas por seus filhos.
- Desenvolver Estratégias de Manejo Comportamental: Ensinar aos pais técnicas para reforçar comportamentos positivos e gerenciar comportamentos problemáticos.
Considerações Finais sobre o TDAH
O TDAH é um transtorno complexo, com impacto significativo no funcionamento diário e na qualidade de vida dos indivíduos afetados e suas famílias.
A compreensão contínua da sua etiologia, manifestações clínicas e abordagens terapêuticas é essencial para o desenvolvimento de estratégias de tratamento eficazes e personalizadas, permitindo que aqueles com TDAH atinjam seu pleno potencial.
Se você acredita que você ou alguém que conheça esteja apresentando algumas características dos transtornos psicóticos, é essencial procurar atendimento profissional especializado para uma avaliação e tratamento adequado.
Murilo Battistetti – Doctoralia.com.br
Fonte:
Home – ADDA – Attention Deficit Disorder Association
Os desafios dos adultos diagnosticados com TDAH | VEJA (abril.com.br)
Leia Também: